Angola, Moçambique, Nigéria, Uruguai, Rússia e Canadá, são países que se interessaram pela tecnologia de espumas de poliuretano apresentada pela indústria brasileira Purcom na Feira de Tecnologias Alternativas promovida pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUD) em Bangkok, na Tailândia, de 21 a 24/7. O processo utiliza o agente expansor Ecomate, em substituição ao gás Hidroclorofluorcarbono (HCFC), que destrói a camada de ozônio e está sendo banido do Brasil a partir do ano que vem, por determinação do Protocolo de Montreal.
Duas de 40 aplicações de Ecomate desenvolvidas pela Purcom, com o apoio do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) foram exibidas na mostra: os caminhões frigoríficos da Folle-Randon e as casas populares da catarinense Fischer, homologadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
A Fischer investiu R$ 50 milhões na produção de casas pré-fabricadas com painéis recheados de poliuretano à base de Ecomate, em sua fábrica de Brusque-SC, que ocupa uma área total de 3,6 km2, emprega 1.100 pessoas e tem capacidade para fabricar 500 casas/mês. Além da resistência mecânica, fornecida por uma amarração de aço apoiada em base de concreto (radier), as casas possuem isolamento térmico e acústico, resistem ao fogo e podem ser construídas em quatro dias. O peso de cada unidade oscila de 2.500 a 3 mil quilos e a área construída varia de 40 a 70 m2. Um único caminhão pode entregar painéis para cinco casas numa única remessa.
Além do baixo custo, da ordem de R$ 30 mil por unidade, em média – como convém a programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida – as casas da Fischer possuem sistema de aquecimento solar e de coleta e armazenagem da água da chuva. A empresa já vendeu cerca de 3 mil unidades à CDHU-SP (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo e fechou um contrato com o governo do Uruguai que prevê a montagem de quatro casas para exibição e experimentação.
Folle-Randon
O outro exemplo de uso industrial da espuma de poliuretano à base de Ecomate apresentado em Bangkok foi o da fabricante de carrocerias para transporte frigorífico Folle, de Chapecó-SC, recentemente adquirida pela gaúcha Randon. O histórico da transformação, que começou em 2007, foi apresentado no painel de Espumas da Conferência pelo engenheiro da empresa, Felipe Crestani. A empresa fundada por Nilson Folle existe há 50 anos e a ideia de substituir o HCFC foi reforçada pela aspiração de grandes clientes, como a Brasil Foods.
A empresa fabrica portas, blocos de fechamento lateral, paredes e soalhos de caminhões e tem capacidade para cerca de 100 carroçarias/mês, em média. A Folle faturava, em média, R$ 18 milhões por ano antes da aquisição e a Randon pretende investir R$ 100 milhões na transferência de sua produção de carroçarias para Chapecó. |