Os investimentos da britânica Rolls-Royce em projetos ligados ao pré-sal, no Brasil, podem chegar a US$ 200 milhões nos próximos dois anos. O planejamento da companhia aposta na vitória em novas licitações da Petrobras, a instalação de um centro de treinamento, o quinto no mundo, e a construção da fábrica de turbogeradores de energia para plataformas de petróleo. A nova unidade, começa a ser construída em fevereiro, em Santa Cruz, zona oeste do Rio. O cronograma para a unidade fabril prevê investimentos de US$ 100 milhões. A outra metade dos recursos previstos para serem destinados ao Brasil ainda depende de serem alcançadas metas previstas para os próximos meses além de aprovação da diretoria.
O presidente da Rolls-Royce para a América do Sul, Francisco Itzaina, afirmou que o Rio é um dos focos da companhia no país, devido a importância do setor de óleo e gás. Mas o Valor apurou que a vontade da Rolls-Royce Brasil é de instalar um centro de treinamento também em Santa Cruz, próximo da fábrica. Caso aprovado, a construção poderá ser anunciada e iniciada nos próximos meses. A expectativa é o treinamento de cerca de 4 mil pessoas por ano, entre funcionários e clientes. A iniciativa faz parte dos planos de driblar a falta de mão de obra especializada. O presidente afirmou que outro objetivo é aumentar o índice de conteúdo local. O compromisso é um dos fatores decisivos para fechar contratos com a Petrobras.
A Rolls-Royce faturou 10,8 bilhões de libras (US$ 16,7 bilhões) em 2010. Na América do Sul, a receita gira em torno de US$ 700 milhões e a britânica planeja atingir US$ 1,5 bilhão, em 2020, com forte ajuda do Brasil. A maior parte do crescimento no país resultará da exploração offshore de petróleo e gás e de novas aeronaves na aviação civil, para renovação das frotas de aviões wide body (de fuselagem larga) das companhias sul-americanas, incluindo mais de 200 motores para a TAM, LAN e Avianca.
Nos próximos dez anos, a previsão da participação percentual de cada segmento de atuação da Rolls-Royce no Brasil será de 50% no setor aeroespacial civil, 30% em energia, 15% no setor marítimo e 5% no aeroespacial militar. A companhia emprega atualmente no país cerca de 530 pessoas em operações em São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Niterói e Macaé.
Fonte: Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio |