A Pöyry, multinacional de engenharia que tem sede na Finlândia, traçou uma estratégia agressiva para a área de mineração no país e se prepara para avançar sobre novos setores, entre os quais petroquímica e energia. Nos próximos três anos, pretende dobrar o volume de negócios com mineradoras no país, que hoje representam cerca de 25% do faturamento da operação nacional, e deverá anunciar algumas compras, não apenas nessa área.
"Temos um plano de diversificação baseado em crescimento orgânico e aquisição", conta o diretor de Minerals Processing da Pöyry para a América do Sul, João Ronchel, sem fornecer mais detalhes sobre potenciais alvos. "Não queremos comprar para crescer em termos quantitativos. Queremos empresas que tenham conhecimento", acrescenta.
Hoje, a indústria de celulose e papel é responsável por quase 50% dos negócios da Pöyry no Brasil - nessa área, a companhia é líder e participa dos principais projetos em andamento ou estudo. Em três anos, a expectativa é a de que os contratos com mineradoras alcancem peso idêntico no faturamento, que não é divulgado localmente. Globalmente, a empresa obteve receitas de € 685 milhões em 2010.
Especificamente nessa área, a Pöyry já colocou em prática os planos de expansão. A companhia acaba de inaugurar uma subsidiária em Belo Horizonte (MG) e iniciou conversas para compra de uma ou mais empresas de engenharia que atuem no segmento de mineração. O negócio pode sair ainda no primeiro semestre. "Estamos olhando empresas em Minas Gerais, mas todo o país está no nosso radar", diz. Por enquanto, a subsidiária, que é comandada por Fernando Eusquárcio, abriga 22 funcionários.
O executivo cita números do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para justificar a aposta na área. Até 2015, a entidade estima que serão investidos US$ 70 bilhões no setor mineral. E não foi à toa que Belo Horizonte recebeu a subsidiária: ali, a companhia está ainda mais perto das grandes minas nacionais e clientes.
Alcoa, Alumar e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) já aparecem na carteira de clientes da Pöyry, que atua desde a concepção da ideia do investimento até o gerenciamento do empreendimento. Projetos na área de minério de ferro e ouro são os que mais chamam a atenção da companhia nesse momento - nos países nórdicos, a Pöyry atua fortemente também com cobre e níquel.
Fonte: Valor Econômico/ Stella Fontes | De São Paulo
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