Balanço do ano de 2011

Embora envolto pelas incertezas quanto aos reais impactos da crise financeira na Europa e nos Estados Unidos e, em menor grau, pelos acidentes climáticos e nucleares do Japão, no começo do ano, felizmente a indústria de refrigeração nacional parece caminhar muito bem rumo a 2012.

A esta altura é quase certo, julgam alguns dos presidentes de entidades representativas do setor, que 2011 fechou, senão um pouco melhor, ao menos no mesmo patamar do exercício anterior.

Poderia ter sido pior, é verdade, caso a construção civil não tivesse sido uma tábua de salvação, aquecida pela explosão, nos últimos três anos, do crédito imobiliário e dos programas sociais de habitação, como o Minha Casa, Minha Vida, e pelas obras de infraestrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Mesmo assim, por mais blindado que o Brasil possa estar, esses fatos negativos repercutiram na cadeia produtiva do frio. “O cenário pessimista acabou retardando decisões de multinacionais, adiando o início de novas obras e cancelando a possibilidade de ampliações”, ponderou o engenheiro Samoel Vieira de Souza, presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), entidade que congrega 15 segmentos. Para o dirigente, de um modo geral 2011 foi muito parecido com 2010 e, apesar de ainda não haver números fechados, somente pelo cruzamento de informações do mercado é possível concluir que o bom desempenho dos últimos anos vai se repetir, porém com menor ímpeto. “Num universo tão grande quanto o nosso, é normal que existam segmentos em franco desenvolvimento e outros não tão bem”, disse Samoel. “São atitudes deste tipo que a entidade deve tomar, inclusive recomendando a diversificação, trazendo informações atualizadas ou criando facilidades para a atuação – promover a exportação, realizar convênios com órgãos e crédito, entre outras ações.”

Ainda com um pé atrás após todos esses solavancos da economia, o presidente da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), Luiz Afonso Dias, crê que o agravamento da crise financeira norte-americana e européia afetou sensivelmente o desempenho do setor no último trimestre do ano. Aliado a isso, o dirigente chama a atenção para o revés sofrido no segundo semestre pelas multinacionais com unidades instaladas no território nacional e pelas companhias que atuam com importação de equipamentos splits, quando o governo majorou de 18% para 35%, em setembro, a alíquota do imposto de importação. De acordo com o presidente da Asbrav, com base no que ele tem viso no Sul, o crescimento da economia brasileira será bem inferior ao de 2010, no entanto, o HVACR terá um desempenho superior, ficando muito próximo do registrado no ano anterior, graças à franca e contínua expansão da construção civil.

(Fonte: Revista do Frio)

Confira mais notícias