A expectativa de faturamento neste ano para a produção de calçados nacionais é de mais de R$ 35 bilhões. Este é um dos setores mais expressivos da indústria na região noroeste paulista. O crescimento, de 15%, tem ligação direta com o consumo dos brasileiros. Em Birigui (SP), o reflexo já é sentido nas fábricas.
A autônoma Érica Fernanda Rodrigues tem mais de 50 pares. Ela é apaixonada por sapatos e não economiza na hora de renovar a coleção. “Gasto de R$ 2 mil a R$ 3 mil com sapatos por ano. Tenho este gasto porque eu preciso e também não me controlo, é uma mania”, afirma.
Como ela, muitos brasileiros estão dispostos a pôr a mão no bolso para vestir os pés. É o que mostra uma pesquisa divulgada por um instituto particular. Neste ano, os gastos com calçados no país devem superar R$ 36 bilhões, cinco bilhões a mais do que no ano passado.
O consumo varia de acordo com a região. No Estado de São Paulo, a expectativa é que cada consumidor invista R$ 244 em sapatos novos até o final do ano. São R$ 36 a mais do que no ano passado. Para o economista Marco Aurélio Barbosa, um resultado direto do aumento da renda da população, principalmente da nova classe média. “Fator importante foi uma mudança na classe econômica. Um aumento expressivo da classe C, a nova Classe Média, onde a renda vai de R$ 1,2 mil a R$ 4,2 mil”, diz o economista.
O aumento do interesse dos brasileiros pelos calçados reflete diretamente na geração de empregos. Uma indústria em Birigui, por exemplo, foi inaugurada há cinco anos e tinha apenas seis funcionários. Hoje, já são 50.
No mesmo período, a produção saltou de 100 para 800 pares por dia. E novos investimentos já estão sendo planejados. “Aumentamos um espaço na fábrica e colocamos mais mão de obra para estar aumentando a produção”, diz Luiz Fernando Raval, empresário.
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