A Abiquim―Associação Brasileira da Indústria Química― reuniu empresários do setor, pesquisadores e especialistas nas áreas de inovação e P&D, além de membros da academia para discutir a inovação no setor químico, em São Paulo, nos dias 07 e 08 de novembro. A abertura do Seminário Abiquim de Tecnologia, patrocinado pelo BNDES―Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, foi realizada pelo presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Henri Slezynger, pelo presidente-executivo da entidade, Fernando Figueiredo, e pelo Coordenador da Comissão de Tecnologia, Paulo Coutinho. Os principais assuntos do encontro foram a competitividade na indústria química brasileira, perspectivas e impactos do Novo Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, energia e matéria prima renovável.
O chefe do Departamento de Indústria Química do BNDES, Gabriel Gomes, comentou que os investimentos em P&D têm apresentado uma queda nos últimos anos. Em 2009, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento na indústria brasileira representaram 0,70% do faturamento das empresas, enquanto que em 2010 caíram para 0,58%. No entanto, Gomes vê na Química Verde uma oportunidade excepcional, principalmente no que diz respeito à química de renováveis. Ele também apresentou um diagnóstico do Plano Brasil Maior para a indústria química. “O Plano enxerga uma fraqueza na indústria devido ao custo elevado de matérias-primas e energia, além da concentração na produção de commodities, mas também vê oportunidades como o pré-sal, que deve aumentar a disponibilidade de matérias-primas, o estímulo para o uso de fontes renováveis de matérias-primas e o crescimento e diversificação de setores como automotivos, bens de consumo e construção civil”, enfatizou.
O coordenador do MDIC― Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alexandre Lopes, destacou que a indústria química está tendo dificuldades em ser competitiva e que precisa haver uma redução no custo da matéria-prima. Além disso, Lopes afirmou que “apesar das dificuldades, o Governo tenta promover medidas que gerem maior competitividade”. Segundo ele, “para fortalecer a indústria química é preciso seguir uma agenda estratégica baseada no estímulo à Química de origem renovável, reduzir o custo de investimento do setor e também das matérias-primas”, completou.
Adelaide Antunes, do INPI― Instituto Nacional da Propriedade Industrial – falou sobre a produção de bioprodutos, que está entre as dez maiores tendências da indústria química global. “Tem que se investir mais em agricultura no Brasil, para que mais fontes renováveis sejam produzidas”, ressaltou.
Em discurso otimista, Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim,afirmou que o que faz a diferença na indústria química é a inovação. Além disso, lembrou da importância da Química para a humanidade:“a Química é a ciência que mais tem contribuído para uma vida melhor”, concluiu. |