Produção da indústria do plástico caiu 1,5% em 2011, diz Abiplast

Perspectivas para 2012 apresentam melhora no desempenho do setor

A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) divulga, em balanço anual, aqueda de 1,5% da produção física do setor, que encolheu de 6 milhões de toneladas, em 2010, para 5,9 milhões em 2011. “A expectativa é de que esse indicador suba para 2% no acumulado de 2012, porém apenas mantendo o crescimento registrado no ano passado”, analisa José Ricardo Roriz Coelho, presidente da entidade.

Ainda no comparativo 2010 e 2011, o estudo apresentou um suave aumento de 2% nas exportações dostransformados plásticos, enquanto as importações cresceram 20%. “O grande vilão de nossa indústria é o valor dos insumos, em especial das resinas, pelas quais pagamos mais caro do que nossos concorrentes. Além disso, há a excessiva carga tributária, o câmbio desfavorável e os juros muito altos, a despeito da retração para 11% da Selic, que acaba de ser anunciada pelo Copom. Estamos perdendo mercado e teremos mais dificuldades de exportar, não só pela baixacompetitividade endêmica do Brasil, como pela retração econômica mundial”, explica Roriz, referindo-se ao déficit da balança comercial do setor, que triplicou em três (2008/2011) e cresceu 40% em 2011, em relação a 2010, saltando de US$ 1,36 bilhão para US$ 1,89 bilhão.

Roriz avalia que a perda de competitividade da indústria de transformação precisa ser revertida, sob pena de o Brasil parar de crescer. “O governo precisa avaliar diversos pontos, como a carga tributária, por exemplo. A indústria de transformação é o setor que mais contribui para a arrecadação de tributos: 37,4% do total, de2005 a 2009. Há, ainda, o fator agravante da burocracia, que custa R$ 20 bilhões para os brasileiros, num complexo emaranhado de 85 tributos, com normas complicadas e ambíguas. Somente a Receita Federal cria uma nova regra a cada 26 minutos!”, desabafa o presidente da entidade.

O estudo apresentou, ainda, aumento na demanda nacional por produtos transformados, que saltou de 48 bilhões para 52 bilhões em 2011, crescimento de 6,4% em relação a 2010. Porém, os dados do comércio exterior evidenciam que esse aumento está sendo suprido, em grande parte, pela importação. 

Na oportunidade, Roriz questionou se o modelo da cadeia de produtos plásticos nacional está adequado para atender ao crescimento do nosso mercado, principalmente, porque os números do balanço apresentados são preocupantes. “Para evitar a retração do setor, todos os envolvidos da cadeia produtiva: o governo, a primeira, a segunda e a terceira geração da cadeia do plástico precisam repensar váriosaspectos da indústria, de modo que seja possível termos uma cadeia de produtos plásticos forte e competitiva”, comenta o executivo.

Apesar da queda da competitividade nacional, a indústria do plástico mantém-se, em 2011, como o terceiro maior setor empregador industrial do Brasil. São 357 mil empregados no ano, contra 347 mil em 2010, representando um crescimento de 3%. No Estado de São Paulo, o setor é o segundo maior empregador industrial e fechou o ano com cerca de 190 mil trabalhadores.

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