Obras de fábrica de pás eólicas perto de começar

Construção da LM Wind, em Suape, inicia até o próximo mês (Fonte: Folha-PE)

Deve começar até o início de setembro a construção da nova fábrica da LM Wind, no Complexo Industrial Portuário de Suape. Com investimento de R$ 100 milhões e geração direta de 1,5 mil empregos quando em operação, a unidade é a peça que completa o cluster eólico do Estado: a fabricante de pás eólicas se junta à Impsa (que produz aerogeradores) e à Gestamp (fabricante de torres), consolidando o mercado que foi assunto de debate, ontem, no PE Business Wind, no Mar Hotel, em Boa Viagem.

O evento tratou principalmente do papel que Pernambuco desempenha na área de energia eólica, porque embora não tenha ventos, o Estado participa diretamente dos negócios. Conseguindo atrair indústrias, utiliza a posição geográfica como ação estratégica para integrar o setor que tem grande potencial no Nordeste. “Pernambuco, apesar de não ter potencial eólico, tem excelente localização, mão de obra qualificada e tecnologia. Oferece também vantagens fiscais e de infraestrutura, o que é indispensável para uma indústria que demanda grandes equipamen­tos”, analisou o vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeólica), Pedro Cavalcanti, enumerando ainda os menores custos com mão de obra e de terrenos que o Estado dispõe.

De acordo com o coordenador de Desenvolvimento de Negócios do Estado, Leonardo Cerquinho, juntas, Imp­sa e Gestamp geram 1,2 mil empregos atualmente. “Até 2014, serão quatro empresas, totalizando 2,8 mil empregos. Temos ainda outras em negociação e logo o número tende a subir”, explicou. “Esse número contempla apenas eólico. Se colocarmos todas as renováveis, ele dispara, por­que o bagaço de cana en­tra na contabilidade e aí estamos falando de centenas de empresas e dezenas ou centenas de milhares de empregos”, completou.

A cadeia, disse Cerquinho, ainda tem vasto número de sistemistas. “Só o aerogerador é composto por aproximadamente oito mil componentes. A intenção desse evento é exatamente trazer os fornecedores aqui para que escutem a necessidade da Impsa, da Gestamp e da LM e, portanto, analisem a instalação de suas fábricas em Pernambuco. Temos conversado com mais de 100 empresas fornecedoras, das mais diversas nacionalidades”, completou.

Segundo Pedro Cavalcanti, os projetos contratados entre 2005 e 2010 no setor de eólica chegam a 1.040 MW de capacidade instalada no País. Representa R$ 5,3 bilhões investidos e ainda uma expectativa de crescimento de 30% para este ano. “Cerca de nove estados disputam o mercado no Brasil. Pernambuco tem destaque político e Suape é um grande alvo de interesse”, disse. Fala-se de um setor de 12 mil postos de trabalho, número que deve alcançar 20 mil até 2016, somente na construção de novos parques eólicos.

 

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