A Bombardier Inc. divulgou nesta quinta-feira, dia 9, os resultados financeiros do segundo trimestre de 2012, finalizado em 30 de junho de 2012. O total de receitas somou US$ 4,2 bilhões, comparados a US$ 4,7 bilhões no mesmo período do ano passado. O resultado EBIT (resultado antes das taxas e impostos) totalizou US$ 220 milhões, contra US$ 296 milhões no ultimo ano fiscal. A margem foi de 5,3%, comparada a 6,2% em 2011.

Os ganhos líquidos somaram US$ 182 milhões (US$ 211 milhões no último ano) e o uso do fluxo de caixa livre foi de US$ 642 milhões (US$ 1,1 bilhão no último ano). “Como havia sido antecipado, nossas receitas foram menores no segundo trimestre. Entretanto, esperamos que no final do ano o balanço feche equiparado ao do ano passado”, disse Pierre Beaudoin, presidente e CEO da Bombardier. “No setor de aviação, as receitas do segundo trimestre subiram para US$ 2,3 bilhões, US$ 200 milhões a mais que no ultimo ano. Foram entregues 62 aviões, o que supera os 56 do segundo trimestre de 2011. O nível de pedidos novos em aviação executiva é satisfatório e o programa Learjet 85 está em dia, com perspectiva de entrada da aeronave em serviço no final de 2013”, completou o presidente. No semestre, o EBIT chegou a US$ 435 milhões (5,7%), contra US$ 608 milhões (6,5%), no ano anterior.

A diferença de US$ 46 milhões entre os ganhos líquidos de US$ 11 milhões do segundo trimestre de junho de 2012 e os gastos líquidos de US$ 35 milhões no mesmo período do ano passado se deve a um ganho em venda de títulos, ao maior ganho líquido em algumas operações financeiras e à menor amortização dos custos de crédito. A taxa efetiva de retorno foi de 21,2% e 16,6% para o segundo trimestre e o semestre, respectivamente, comparada à taxa legal de retorno de 26,8%. Como resultado, o lucro líquido foi de US$ 182 milhões, comparado a US$ 211 milhões no mesmo período de 2011. No semestre, esses números foram de US$ 372 milhões e US$ 431 milhões.

Bombardier Aerospace
A receita da Bombardier Aerospace, de US$ 2,3 bilhões, é superior à do ano passado devido ao maior número de entregas de jatos executivos das categorias médio e grande porte, diante das entregas menores de jatos regionais devido à menor taxa de produção. Isso reflete a demanda e também o fato de algumas entregas terem sido passadas para o segundo semestre do ano.

Para o segundo trimestre, o EBIT somou US$ 102 milhões (4,5% da receita), frente aos US$ 105 milhões (5% da receita) do mesmo período do ano passado. A diferença se deve à menor absorção nas vendas, às despesas administrativas e gerais e aos custos maiores de venda em jatos executivos. Além do impacto negativo da cotação do dólar canadense contra o dólar americano e aos menores valores líquidos de vendas em jatos comerciais. Também se deve a uma variação negativa nas operações financeiras e a despesas maiores com P&D (pesquisa e desenvolvimento), compensadas parcialmente por maiores margens na prestação de serviços e no mix de entregas de jatos executivos e comerciais.

O uso do fluxo de caixa totalizou US$ 504 milhões no segundo trimestre de 2012, comparado a US$ 448 milhões no mesmo período no ano passado A redução de US$ 56 milhões se deve principalmente a maiores adições à propriedades, fábricas e equipamentos e ativos intangíveis, devido ao investimento significante em novos produtos; parcialmente compensados por uma variação positiva por período em câmbio líquido e em balanços não monetários relacionados às operações.

Houve 62 entregas de aeronaves no trimestre, 15 a mais do que no mesmo período de 2011. Foram 46 jatos executivos, 15 comerciais e 1 anfíbio. Em 2011, foram entregues 35 jatos executivos, 20 jatos comerciais e 1 anfíbio. A Bombardier Aerospace registrou 146 pedidos líquidos no segundo trimestre de 2011, comparado a 86 no mesmo período do ano passado. Desses, 134 são de jatos executivos e 12, de jatos comerciais. Em 2011 os números do período foram de 43 jatos executivos e 43 comerciais.

Esses números espelham a maior encomenda da história da empresa, feita pela NetJets. São 100 unidades dos jatos Challenger e possibilidade de chegar a 175. De acordo com o preço de tabela, o negócio alcança US$ 2,6 bilhões e pode chegar a US$ 7,3 bilhões se todos os opcionais forem incluídos. A Bombardier Jatos Executivos e a NetJets selaram um acordo de prestação de serviços em longo prazo, estimado em US$ 820 milhões e que pode chegar a US$ 2,3 com todos os opcionais.

O programa Learjet 85 também progrediu. O trabalho nos dois primeiros aviões de testes e a plataforma de testes em solo CAST (Complete Aircraft Static Test) estão em andamento, assim como a produção de centenas de partes de materiais compostos, inclusive a fuselagem, de 9,75 metros.