A Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO) protocolou na Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) um pedido de aumento da tarifa de importação de botões plásticos, passando dos atuais 18% para 35%. Feitos de resinas termofixas e cargas minerais, os botões importados da China têm chegado ao Brasil com um preço médio de US$ 2/kg. Para se ter uma ideia do que isso significa, produtos idênticos fabricados nos EUA e Portugal custam US$ 15/kg.
“Essa enorme discrepância comprova a existência de concorrência desleal, atividade que vem prejudicando enormemente o setor brasileiro de botões e, em decorrência, toda a indústria de compósitos”, afirma Paulo Camatta, gerente executivo da ALMACO.
A ALMACO contratou a Porte Consultoria Empresarial para tratar do assunto em Brasília. Segundo Carlos Mariotti, diretor, a escalada das importações de botões chineses provocou em 2011 uma queda de 20% na taxa de ocupação dos fabricantes locais, reduzindo-a para 54,7%, a menor da história – nos últimos três anos, esse índice caiu 40%. “O volume total de importações saltou de 118.124 Kg em 2007 para 1.052.679 Kg em 2011, alta de 900%”. Com isso, calcula Mariotti, metade da demanda brasileira no ano passado foi suprida pela China, que respondeu por 82% de todo o volume de botões importados no período.
O passo seguinte da ALMACO será a formalização junto à Secretaria da Receita Federal de uma denúncia referente ao subfaturamento praticado pelos importadores brasileiros. Para isso, a entidade vai recorrer a estudos que comprovam a existência de comércio desleal. “A referência internacional aponta para um preço mínimo de US$ 6,32/kg. Ou seja, o mercado brasileiro é inundado por botões que custam menos de 1/3 desse valor”, compara o diretor da Porte Consultoria Empresarial.
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