Segundo a pesquisa divulgada hoje, 04 de junho, pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), as vendas do setor cresceram 2,5% em maio no comparativo com o mês de abril – que tinha registrado forte queda de vendas sobre março (-8,5%).
“O varejo parece estar esboçando uma reação para a queda de vendas registradas em abril, mas ainda estamos em um cenário de incerteza de mercados e isso está afetando a confiança do consumidor, que criou expectativa com relação à queda dos juros e não encontrou. No início do ano, o Governo anunciou a criação de uma linha de crédito para materiais de construção com recursos do FGTS, chamada de FIMAC, que até agora não foi colocada em prática”, diz Cláudio Conz, presidente da Anamaco.
Na comparação maio de 2012 sobre maio de 2011, as vendas estão 4,5% menores. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o desempenho está negativo (-1%).
“No acumulado do ano sobre o mesmo período do ano passado, estamos com um desempenho 4,5% menor devido a diversos fatores. Mas as expectativas dos lojistas continuam positivas. Mais da metade dos entrevistados acredita que terão um incremento de vendas acima de 19% em junho”, declara Conz. “O consumidor está apreensivo porque ouve todos os dias nos jornais que o dólar está em alta, que os mercados estão apreensivos e que há possibilidade de aumento de preços. Ele não encontra crédito disponível a juros justos e, por isso, passou a adiar as compras enquanto a promessa de queda de juros de financiamentos não se concretizam. A linha FIMAC / FGTS, lançada pelo Governo Federal no início do mês com juros de 1% ao mês, ainda não está disponível”, completa.
Ainda de acordo com o estudo divulgado pela Anamaco, o setor que apresentou maior desempenho em maio foi o de fechaduras (4,5%), seguido de argamassas e telhas de fibrocimento (2,5% cada). Os segmentos que tiveram maior queda foram o de materiais elétricos (-3%), tubos de PVC (-1,5%) e metais sanitários (-1%). Já os segmentos de iluminação e esquadrias de aço e alumínio, para a maioria dos lojistas entrevistados, tiveram as vendas estáveis no comparativo a abril e tenderão a se manterem assim em junho também.
O presidente da Anamaco explica que a entidade espera que o Governo Federal anuncie em breve uma nova listagem de produtos do setor com redução de IPI. Atualmente, mais de 40 itens já contam com o benefício e têm redução de imposto válida até o final do ano (exceto lâmpadas, que tem a isenção até 30 de junho e que também luta pela prorrogação).
Conz também ressalta a questão do ICMS no Estado de São Paulo via Substituição Tributária, que, em breve, terá impacto no desempenho de vendas. “Entre nossas preocupações está a revisão dos MVA’s (Margem de Valor Agregado) que calculam o ICMS para materiais de construção em São Paulo e que, por lei, sofrerão alterações em julho, elevando os impostos nos nossos produtos já em agosto deste ano. E, por força dos convênios estaduais, os impostos estaduais acabam sendo elevados em todo o Brasil, frente a um sinal de baixo crescimento”, diz.
Ele também afirma que a entidade reviu a expectativa de crescimento para o ano, devido ao comportamento do setor neste primeiro semestre. “Esperamos uma melhora das vendas no segundo semestre do ano, pois o setor tem um gráfico de desempenho bem peculiar e tradicionalmente vende mais nesta época. Mas tudo depende de como vamos nos comportar em junho, só assim saberemos se essa tendência se manterá. Por enquanto, revimos a expectativa de crescimento e esperamos um desempenho de 4% em 2012 sobre o ano passado, o que é bem positivo se levarmos em consideração que estamos vindo de uma série de crescimento recorde nos últimos 10 anos”, explica o presidente da Anamaco. Em 2011, o varejo de material de construção cresceu 4,5% sobre 2010, atingindo um faturamento total de R$ 52 bilhões.
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