A estatal equatoriana Petroamazonas disse que começará a extrair petróleo em 2013 numa região próxima a uma reserva ecológica que o governo local promete manter intacta caso obtenha bilhões de dólares em doações estrangeiras. O Equador espera receber US$ 3,6 bilhões até 2024 como compensação por deixar de explorar o campo petrolífero conhecido como ITT, que fica abaixo da reserva ambiental de Yasuni, uma das áreas de maior biodiversidade no planeta. A decisão de explorar o Bloco 31, que fica perto da reserva, deve gerar ceticismo entre os doadores, que até agora ofereceram apenas US$ 117 milhões, refletindo os temores de que o Equador acabe explorando o petróleo mesmo se receber o dinheiro. Oswaldo Madrid, gerente-geral da Petroamazonas, descartou que a exploração do Bloco 31 possa afetar a proposta relativa ao ITT. "O Bloco 31 é um projeto que está em andamento há muitos anos", afirmou.O bloco fica na floresta de Yasuni, mas a cerca de 10 km da área proposta para a preservação. A produção ali pode começar no segundo semestre de 2013 com 18 mil barris de petróleo por dia, chegando a 25 mil em 2014. A Petroamazonas espera investir US$ 560 milhões no projeto, sendo metade com financiamento de bancos locais ou em parceria com empresas estrangeiras. As reservas do Bloco 31 são estimadas em 45 milhões de barris. Inicialmente, o direito de exploração da área foi arrematado pela Petrobrás, que no entanto a devolveu ao Estado em 2008 devido a disputas com ambientalistas e grupos indígenas. Esse deve ser o segundo projeto a produzir petróleo na selva de Yasuni, onde a espanhola Repsol-YPF já opera o Bloco 16, com uma produção de 45 mil barris diários. O Equador promete manter seus esforços para evitar a extração de 1 bilhão de barris de petróleo pesado do campo ITT, que contém mais de 10% das reservas comprovadas do país, membro da Opep.Mas o presidente Rafael Correa já alertou que, se o Equador não alcançar sua meta de doações, irá desenvolver o campo ITT - o que pode levar à emissão de 400 milhões de toneladas de dióxido de carbono, e a danos no delicado ecossistema local.
(Agência Reuters/Redação)
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