A produção e, por consequência o faturamento, do setor ferroviário no país teve em 2011 o segundo melhor ano da história. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, a indústria só produziu mais em 2005, o que retrata o bom momento do setor.
No ano passado foram construídos 5.616 vagões e 113 locomotivas. Seis anos antes, a produção ficou em 7.600 vagões e 30 locomotivas. Mesmo assim, o faturamento em 2011 foi o maior registrado: R$ 4,2 bilhões, cifra 35% maior do que a registrada em 2010. “Nos últimos dez anos nós batemos, em todos os sentidos, os dados da década de 1970, que foi quando o país mais havia produzido no setor”, disse Abate.
A previsão para este ano, no entanto, é de ligeira queda da produção, considerada normal pelo setor, que esta se ajustando à demanda. Do ano passado até 2013, estão previstos R$ 400 milhões em investimentos pela indústria, com tendência para o aumento da produção. “Estão sendo construídas as ferrovias Norte-Sul, Transnordestina e Ferronorte pelo governo, que planeja investimentos maciços até 2025”, afirmou.
Está previsto para o fim de 2013 a conclusão da ferrovia que liga os portos de São Luís, no Maranhão, a Santos, em São Paulo. Além disso, também incluso nas obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo e Olimpíadas, no caso de trens e metrôs, o setor espera crescimento da demanda, pelo menos até 2016.
Apesar de comemorar os planos do governo em colocar a ferrovia como o principal modal brasileiro para o transporte de carga no longo prazo, a indústria pede mais agilidade na da liberação dos investimentos e na realização das obras. “Financiamento tem. BNDES, Caixa Econômica Federal e bancos multilaterais, como o Mundial, possuem os recursos necessários. Projetos, também. O que está faltando é mais agilidade”, disse para depois comparar o Brasil com países emergentes. “Na década de 1970 investíamos 2% do PIB no transporte ferroviário. Hoje não chega a 1%. Rússia e Índia, por exemplo, investem mais de 5%.”
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