Pela primeira vez na história, o faturamento do setor brasileiro de materiais compósitos deve ultrapassar a casa dos R$ 3 bilhões. Segundo o último levantamento da Maxiquim, consultoria contratada pela Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (ALMACO), a receita de 2012 será de R$ 3,078 bilhões, alta de 7,9% em relação ao ano passado.
O consumo de matérias-primas, no entanto, deve ser 0,7% inferior - conforme o estudo da Maxiquim, serão processadas 207.000 toneladas de materiais compósitos em 2012. O descompasso entre os dois indicadores foi motivado pelo crescimento das aplicações de maior valor agregado, redução dos estoques dos moldadores nos primeiros meses do ano e seguidas elevações nos custos das matérias-primas.
No terceiro trimestre, as empresas representadas pela ALMACO faturaram R$ 793 milhões, 3,1% a mais do que nos três meses anteriores e 11,2% acima do igual período de 2011. O consumo de matérias-primas entre julho e setembro totalizou 51.300, volume 1,5% superior ao registrado no trimestre anterior, mas 7,9% abaixo do terceiro trimestre do ano passado.
"O faturamento acima dos R$ 3 bilhões será garantido basicamente pelas aplicações de compósitos atreladas aos programas governamentais, como postes para as novas redes elétricas do Luz para Todos, casas modulares para o Minha Casa, Minha Vida e peças de ônibus para o Caminho da Escola", comenta Gilmar Lima, presidente da ALMACO. Ele também ressalta a influência dos mercados de implementos agrícolas e geração de energia eólica no balanço do setor.
Em 2011, a construção civil liderou o consumo brasileiro de compósitos, com 45% do total transformado, à frente de transporte (18%), corrosão (12%) e saneamento (7%). As aplicações em energia eólica - são empregados compósitos especiais, baseados em resinas epóxi - consumiram 44.700 toneladas e movimentaram R$ 625 milhões.
Resultantes da combinação entre polímeros e reforços - fibras de vidro, por exemplo - os materiais compósitos são conhecidos pelos elevados índices de resistência mecânica e química, bem como pela versatilidade. Há mais de 50 mil aplicações catalogadas em todo o mundo, de caixas d´água, tanques, pás eólicas e tubos a peças de barcos, ônibus e aviões.
|