O governo argentino acordou com a estatal brasileira Petrobras o desenvolvimento de projetos de investimentos, depois de ter
sido retirada da petroleira a concessão de uma área de exploração no sudoeste do país, informou ontem, terça-feira, o Ministério
do Planejamento.
"O ministro (do Planejamento, Julio De Vido) e as autoridades da Petrobras Argentina concordaram em trabalhar no desenvolvimento
de projetos de investimento", disse o governo por meio de comunicado. A Petrobras, no entanto, ainda não se pronunciou sobre a
declaração.
O comunicado ministerial disse que "os projetos de investimento serão postos em análise na reunião que De Vido realizará no dia
20 de abril em Brasília com a presidente da companhia, Maria das Graças Foster".
A empresa foi penalizada no dia 3 de abril pelo governo da província de Neuquén (sudoeste) com o fim da concessão da área de
Veta Escondida, sob o argumento de que a área permanece "sem produção nem reservas comprovadas e com investimentos insuficientes
ou não comprovados".
A decisão de Neuquén causou um impacto negativo no Brasil, onde Foster se declarou surpresa e afirmou que a empresa estava "avaliando oportunidades futuras" para sua "permanência" na Argentina.
O fim da concessão aconteceu simultaneamente a uma ofensiva que o governo da presidente Cristina Kirchner lançou contra a
petroleira hispano-argentina Repsol YPF, a maior do país, acusada de descumprir planos de investimento.
A Argentina teve que importar mais de US$ 9 bilhões em hidrocarbonetos em 2011, com um estancamento na sua produção em torno de
796 mil barris diários, quase sem mudanças com relação a 2009 e 2010, segundo cifras oficiais.
A Petrobras é a terceira produtora de petróleo na Argentina, com 6% do total, atrás da Repsol-YPF (41%) e da Panamerican Energy
(17%).
A área de Veta Escondida se encontra na chamada Cuenca Neuquina, uma das duas gigantes do país junto com a do Golfo San Jorge,
com 44% cada uma.
A Petrobras é a terceira refinadora de petróleo, com 14%,1 do mercado, atrás da Repsol-YPF (54,6%) e Shell (14,5%), segundo
estatísticas oficiais. |