Grande avanço na ciência, principalmente no ramo farmacológico. Este foi o resultado do trabalho "Arquiteturas Supramoleculares baseadas na interação As (par isolado de elétrons)...π", desenvolvido por Júlio Zukerman Schpector, docente do Departamento de Química (DQ) do campus São Carlos da UFSCar. Com a colaboração de professores da Universidad de Oviedo, na Espanha, e da University of Malaya, na Malásia, Zukerman descreveu em seu trabalho um tipo de interação entre átomos de As (arsênico) e sistemas pi (derivados do benzeno) que ainda não haviam sido detectados. O trabalho descreve pela primeira vez as interações entre o átomo de As e os anéis tipo benzeno que são responsáveis pela estabilidade de estruturas cristalinas. De acordo com a pesquisa, os futuros planejamento para novos compostos que incluam arsênico e anéis tipo benzeno deverão levar em conta a probabilidade de que estas interações aconteçam em detrimento de outras que já são conhecidas, mas que em certos casos não são as responsáveis pela união entre as moléculas. O que chamou a atenção de Zukerman foi o fato de que estas interações conseguiram explicar porque certas substâncias se cristalizam. "Saber e entender porque cristais se formam e quais são as interações que levam a sua formação é de interesse para dois ramos da Química: a Química Supramolecular e a Engenharia de Cristais", afirma o pesquisador. Os resultados do estudo dessas duas ŕeas da Química podem se constituir em ferramentas tecnológicas com potencial para contribuir com a estruturação de novos paradigmas, a partir da manipulação dirigida de moléculas, por exemplo, de interesse farmacológico. O conhecimento que ajuda a entender o estado sólido (nesta situação, o cristal) dos materiais é um avanço fundamental para a ciência básica e para a vida industrial, uma vez que, ao conseguir entender as interações que mantem unidas às moléculas, a engenharia atômico-molecular poderá manipulá-las de forma que o resultado será uma nova revolução industrial com importantes consequências econômicas, sociais e ambientais. Pela relevância do assunto, o trabalho de Zukerman foi capa da revista britânica Chemical Communications, mais conhecida como ChemCom, o principal periódico para a veiculação de desenvolvimentos de importância nas ciências químicas.
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