Pré-operacional, Manabi planeja construir porto e mineroduto até 2015

A mineradora Manabi ainda não divulgou o potencial de produção de minério de ferro das áreas que está prospectando em Minas Gerais. Mas os planos são ambiciosos e incluem um mineroduto e a construção de um terminal portuário, segundo documentos enviados ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A empresa pré-operacional recebeu registro de companhia aberta nesta semana e será controlada pela Fabrica Participações, fundo de investimento de pessoas físicas que tem participação na Companhia Siderúrgica de Suape (CSS).

Os documentos disponíveis na CVM confirmam que a empresa planeja recorrer a uma oferta de ações para viabilizar os investimentos, mas não fornecem mais detalhes sobre a emissão de papéis. Nenhum executivo foi encontrado para comentar o assunto.

A Manabi, criada em março deste ano, detém os direitos para prospecção de minério de ferro em uma área de cerca de 9 mil hectares nos municípios de Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro e Passabém, na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.

Segundo balanço da companhia, os ativos foram adquiridos das empresas Morro do Pilar e Morro Escuro em junho, por R$ 491,4 milhões e R$ 55,4 milhões, respectivamente.

Nos próximos 12 meses, os investimentos devem se concentrar principalmente na prospecção e obtenção de licenças necessárias à operação, de acordo com o plano de negócios.

Para 2013, está programado o desenvolvimento da mina, a construção de um mineroduto e de um terminal portuário. Nas demonstrações financeiras, consta a opção de compra de um terreno de 380 hectares para a construção de um terminal portuário privativo, em local não revelado.

Ainda segundo o plano de negócio, o escoamento da produção poderia se dar por meio do porto de Açu, no Rio de Janeiro, ou pelos portos de Kennedy e São Mateus, ambos no Espírito Santo. A fase de operação comercial da empresa teria início em 2015.

Pelo seu estatuto social, o capital total da Manabi é de R$ 806,8 milhões, dividido em 250 mil ações ordinárias e 550 mil ações preferenciais, às quais, pelo documento, também foi atribuído direito de voto.

A IronCo, controlada por um fundo de pensão canadense, detém 40% das ações ordinárias e 94% das preferenciais, enquanto a Fabrica Participações, fundo de investimentos com sede no Rio de Janeiro, tem participações de 60% e 0,5%, nesta ordem.

A IronCo deve sair do negócio, diluindo sua participação dentre os demais acionistas. O controle ficaria, então, por conta da Fabrica.

Fonte:Valor Econômico//Por Natalia Viri | São Paulo

 

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