Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE - Empresa de pesquisa Energética, a energia eólica entrou definitivamente na matriz energética brasileira e deve crescer sete vezes em volume nos próximos três anos, saindo dos atuais 1.114 MW para 7.098 MW em 2014.
“O mundo todo está olhando para a questão da energia eólica no Brasil. Nós já temos um gigawatt instalado e vamos multiplicar por sete, que já estão contratados em leilões até 2014”, disse Tolmasquim durante o evento Brazil Windpower, realizado no início de setembro, no Rio de Janeiro. “É um crescimento bastante expressivo”.
De acordo com Tolmasquim, a escalada do crescimento da produção eólica teve início em 2005, atraindo grandes empresas estrangeiras. Atualmente, quatro grupos dividem o mercado, mas a previsão é que mais seis indústrias se instalem e comecem a produzir aqui os equipamentos até 2014. Ainda assim, segundo Tolmasquim, o Brasil ocupa apenas o 21º lugar no ranking dos países produtores de energia eólica, que tem a China em primeiro, seguida pelos Estados Unidos, a Alemanha e Espanha.
Para Ricardo Simões, presidente da Abeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), o desenvolvimento do setor vai gerar um grande volume de investimentos nos próximos anos. Hoje, 57 parques eólicos estão em produção e 30 em construção. “Isto significa um investimento de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões, e o setor eólico deve chegar em 2014 faturando mais de R$ 3 bilhões por ano. Estamos em um processo de consolidação dessa indústria, com aumento de escala e ganho de competitividade”, disse.
FINANCIAMENTOS - Já o BNDES pretende aumentar o volume de aprovações de financiamentos para o setor de energia eólica. No primeiro semestre as aprovações totalizaram R$ 790 milhões de reais. Esse montante deve dobrar até o final do ano. Em 2008, os financiamentos para o setor foram de R$ 260 milhões, saltaram para R$ 1,17 bilhão em 2009 e para R$ 1,24 bilhão em 2010.
Entre as fontes alternativas de energia, a eólica lidera as aprovações de financiamentos no BNDES. Para energia termoelétrica, em 2011, o banco aprovou R$ 200 milhões e outros R$ 600 milhões em projetos sendo analisados na carteira. O segmento de PCHs também teve R$ 200 milhões aprovados no ano e outros 500 milhões estão em análise.
Fonte Usinagem Brasil |