A montadora chinesa Chery disse hoje que busca formas de acelerar o plano de construir uma fábrica no Brasil. A empresa, contudo, quer uma flexibilização do regime automotivo, para chegar gradualmente ao índice mínimo de nacionalização de peças de 65% exigido pelo governo. “Não tememos um aumento na taxa. Só queremos mais tempo para chegar a isso”, disse o presidente da Chery internacional, Zhou Biren, em entrevista coletiva a jornalistas, por meio de vídeo conferência.

A empresa prevê iniciar a fabricação de carros em Jacareí, no interior de São Paulo, com índice de peças nacionais próximo a 40%, alcançando os índices estabelecidos no regime automotivo em um prazo de três a quatro anos. Por isso, a companhia quer que o governo mude as regras para não receber o aumento de 30 pontos percentuais na alíquota do IPI durante o período em que estiver com o nível de nacionalização abaixo de 65%.

No momento, Biren disse que a empresa tenta atrair seus fornecedores na China para o parque industrial que será construído no Brasil. Paralelamente, também negocia com a indústria de componentes brasileira.

A prioridade, disse, são as peças maiores, que têm maior custo no transporte do país asiático ao Brasil. Uma equipe foi montada para avaliar quais peças poderão ser feitas no Brasil e quais fornecedores vão abastecer a futura fábrica.

O executivo comentou que o reajuste de IPI – que atingiu em cheio os carros importados – não muda a estratégia do grupo no mercado brasileiro.

O cronograma da Chery prevê a conclusão da fábrica em setembro de 2013, após investimentos de  400 milhões de dólares.

Sobre o prazo ideal para atingir o nível de peças nacionais exigido dentro do regime automotivo, Biren considerou que tudo dependerá das ações do governo e do custo para a empresa.

O executivo disse que ainda não sabe se os esforços para antecipar a inauguração da unidade fabril vão aumentar o custo do projeto.

Luis Curi, presidente da Venko Motors, distribuidora da Chery no Brasil, disse que foram feitas algumas modificações de layout da fábrica para acelerar o desenvolvimento do projeto. Ele acredita que a empresa conseguirá licença de instalação do empreendimento nos próximos trinta dias.

(Fonte – Valor)