Quase um ano depois da destruição de 55 escolas públicas por causa das enchentes, Alagoas ganhou nesta segunda-feira (30) a primeira unidade reconstruída em área de risco. A escola foi inaugurada com festa no município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió, e usa um modelo construtivo inédito: blocos pré-moldados.
A escola Industrial Luiggi Bauducco fica no bairro Brasil Novo e inicia suas aulas já nesta terça-feira (31) para 360 alunos do ensino infantil e fundamental. Até a semana passada, eles estavam improvisados no centro comunitário do bairro.
“Não há comparação. Antes a gente estava lutando, agora poderemos dar educação de verdade”, disse a diretora da escola, Izabel Neta, que não escondia a emoção com a nova sede.
O novo prédio recebeu todos os equipamentos novos e, ao contrário da antiga escola Alfredo Oiticica, que ficava na zona rural do município, essa possui aparelhos de ar-condicionado em todas as salas de aula e refeitório equipado.
“Obrigado pela escola mais moderna do Brasil”, dizia uma das faixas colocadas na porta da escola. Outras duas unidades estão sendo construídas na cidade, que foi uma das mais afetadas pela cheia do rio Mundaú, em 18 de junho de 2010.
Apesar da “vanguarda” no modelo de construção, a escola começa com uma deficiência: não está interligada à rede de abastecimento d'água. A prefeitura ainda promete perfurar um poço artesiano, mas, nesta segunda-feira, só exista água nas torneiras porque um caminhão-pipa abasteceu a caixa d'água.
“Pretendemos construir esse poço o mais rápido possível, antes de iniciarmos a reforma da quadra, que será coberta e reformada”, disse o prefeito Toninho Lins (PMDB), mostrando a antiga quadra da comunidade, que foi anexada à escola.
Segundo o secretário de Estado da Educação, Rogério Teófilo, a unidade é a primeira do país construída no sistema pré-moldado e deverá servir de modelo para as próximas escolas do país.
“Temos 35 escolas já licitadas e outras 20 em processo de licitação. Todas são feitas em parceria com o Ministério da Educação, que adotou Alagoas como piloto nesse novo modelo construtivo”, disse o secretário.
A escola de Rio Largo custou R$ 915 mil, pagos basicamente com recursos federais. “Se fosse construída em alvenaria comum, essa escola levaria quase um ano para ficar pronta e não custaria menos que R$ 1,3 milhão”, afirmou Rogério Oliveira, do setor de compras da MVC Componentes Plásticos. |