A movimentação no porto paraibano de Cabedelo está a todo vapor. Só nos primeiros seis meses do ano, 851 mil toneladas de cargas passaram pelo local, 250 mil a mais do que no ano passado, o que representa um crescimento anual de 29%. Há mais de 50 anos que porto não registrava tamanha movimentação de carga. De acordo com a Companhia de Docas da Paraíba, administradora do porto, o grande salto aconteceu em maio, quando foram movimentadas mais de 185 mil toneladas, representando 92% de aumento comparado a maio do ano passado. Em abril, o crescimento foi de 20,56% e em junho 16,07%.
Mesmo com o crescimento, local precisa investir em infraestrutura Foto:Fabyana Mota/ON/D.A Press
A intensa movimentação está relacionada à demanda do segmento da construção civil e também porque Porto de Cabedelo está se beneficiando com o Porto de Suape, localizado no vizinho estado de Pernambuco, que está trabalhando 18% acima da sua capacidade. "Esse excedente escoa para nós e precisamos estar preparados para sermos um porto 'alimentador', ou seja, de suporte, tanto ao de Suape, quanto ao de Natal", explica Wilbur Holmes, diretor-presidente da Companhia de Docas da Paraíba. Ele ressaltou a necessidade de se investir na infraestrutura do porto.
O porto de Cabedelo tem um calado de 9 metros, estando em processo de dragagem para se chegar aos 11m. Além da dragagem é necessário investir na infraestrutura do porto para que este se adeque às novas demandas do comércio exterior. O presidente da Cia Docas entregou à Secretaria de Portos da Presidência da República os projetos de construção do cais comercial e do terminal de múltiplo uso, de contêiners e de passageiros, e está pleiteando verba do PAC II. Para manter o crescimento, o porto precisa de investimentos nos projetos estruturantes que vão permitir o aumento na movimentação de contêiners de 2 mil para até 50 mil por ano, e a duplicação da movimentação de cargas.
Wilbur ressalta que a Paraíba está sem investimentos estruturantes na área portuária há mais de 30 anos. "Precisamos reerguer a economia do estado e o porto é a maior ferramenta paraisso. Afinal, as ferrovias que cortam o estado começam ao lado dos nossos armazéns e a BR-230 tem o quilômetro zero em frente aos nossos portões. Temos um super potencial multimodal e não temos equipamentos para estimular zonas de processamento de exportação em vários outros locais", avalia.
(Jornal O Norte/Lindjane Pereira e Portos e Navios) |